As 6 Paramitas

29-09-2014 11:41

As Seis Paramitas, são o guia perfeito para encontrarmos o caminho para o melhor desenvolvimento pessoal, descobrindo a verdade pelo equilíbrio entre, pensamento e ação, sabedoria e compaixão, consciência da realidade transcendente e das verdades relativas do universo dos fenômeno. São elas:

  1. Generosidade;
  2. Moralidade;
  3. Paciência;
  4. Diligência;
  5. Concentração;
  6. Sabedoria.

Paramita é palavra sânscrita que significa literalmente “atravessar para a outra margem”. Seu significado profundo é completude, realização, transcendência, chegada à verdade, perfeição. Às vezes, são chamadas de “as seis perfeições”. Elas são as virtudes profundas que levam à iluminação; a unidade entre sabedoria e compaixão como é esta unidade manifestada e concretizada neste mundo. Elas fundem a consciência e o comportamento, unem o estar cônscio e a virtude, constituem o caminho do meio entre o nirvana e o mundo dos fenômenos. São o fio da navalha entre este mundo e tudo o que o transcende. A seguir, cada uma das paramitas são expostas.

 

Generosidade

Generosidade é um conceito profundo, uma vez que toda vida senciente é inter-relacionada e que não podemos nos iluminar sem conhecer esse fato, a conclusão é uma só: precisamos estabelecer boas relações com os outros por meio da generosidade, ou seja, dando algo de nós aos demais.

Existem muitos tipos de generosidade. Ela pode envolver objetos materiais, cuidados afetivos ou compartilhamento intelectual. Ensinar alguém a fazer alguma coisa é um ato de generosidade, tanto quanto evitar que alguém pratique um ato prejudicial. A generosidade ajuda os outros a perderem o medo. A mais elevada forma de generosidade é compartilhar a palavra, pois somente ela mostra como ajudar a si próprio.

Todos os puros atos de generosidade são atos de sabedoria. É neles que reside a perfeita compreensão de que “eu” e “ outros” são elementos interdependentes e que um não pode evoluir sem o outro. A generosidade combate o isolamento; nos ensina a encontrar os níveis profundos da mente, nos quais estamos interconectados com tudo o que há no universo. Além disso, a generosidade ensina a desenvolver o desapego e a utilizar nosso tempo e nossa energia em favor do bem-estar dos demais.

 

Moralidade

É necessário manter sempre vivo em nossa mente o a idéia de que nossa vida deve se tornar um exemplo moral digno de ser seguido pelos outros.

Um verdadeiro lider deve liderar pelo exemplo. Deve inspirar confiança, assim os outros desejarão ouvi-lo. Seu comportamento lhes mostrará que ele compreende que a sabedoria deve ser vivida e experimentada antes que possa ser consumada. O que se ilumina não é uma idéia, mas um ser humano, a pessoa que tenha aprendido a viver as verdades da mansidão, da compaixão, da equanimidade e da generosidade.

 

Paciência

A paciência deve ser cultivada a cada instante, em relação a nós mesmos e também ao próximo, entendendo o próximo não apenas relacionado às pessoas a nossa volta, mas também a todas as coisas que formam a natureza e compõe a formação do mundo. É um estado de calmaria formado pela conscientização do pensamento em relação as emoções e aos sentimentos. Ela é uma cura importante da raiva. Sempre que sentirmos raiva, devemos esperar: se esperarmos o suficiente, ela se desvanecerá. Se encontrarmos um exemplo de que isso foi verdade em nosso passado, concluiremos que continua sendo verdade agora.

Na próxima vez que sentir a raiva tomando vulto em sua mente, espere. Ela vai passar. A raiva é uma forma de ilusão. A paciência é uma forma da verdade.

 

Diligência

Ele é importante no caminho do amadurecimento por que a virtude da diligência nos faz perseverar e agir com base no que sabemos ser correto. Ser diligente representa olhar sempre por onde andamos e antes de tomarmos qualquer decisão, refletirmos sobre o assunto pelo tempo necessário para minimizar a possibilidade de errarmos.

Voltada para dentro, a diligência é como uma forma ativa de introspecção; voltada para fora, é prova do nosso compromisso com o bem. Se houver esforço, melhorarmos é uma consequência natural. Se aprendermos de fato, nossas lições serão sempre novas, pois não precisaremos repetir o que já foi aprendido.

A diligência ajuda a concentrar as energias, por que evita que nos sintamos satisfeitos com pequenos ganhos e conquistas já feitas.

 

Concentração

A concentração é um estado de meditação profunda. Conforme progredirmos no cultivo de nossa concentração, aprendemos a alcançar este estado em várias situações – sentados, caminhando, trabalhando ou fazendo qualquer coisa em que se possa estar atento.

Esses estados são muito importantes, por que é através deles que ganhamos acesso a níveis superiores de consciência e sabedoria. A concentração leva à pureza porque ela é focalizada, unificada e está além das distrações.

 

Sabedoria

A sabedoria é a principal virtude, pois só ela nos diz como e quando agir. Sem sabedoria, corremos o risco de utilizar mal as outras cinco paramitas: distorcer a generosidade para fins escusos, tornar rígida e cruel a moralidade, confundir paciência com acomodação, usar a diligência para aprender habilidades prejudiciais como se fossem benéficas.

Só a sabedoria tem o poder de discernir entre o bem e o mal. Só ela nos pode levar a fazer o que é certo no momento certo. A sabedoria profunda compreende que as outras cinco paramitas são apenas aspectos dela mesma. A sabedoria que não é utilizada no serviço ao próximo nunca será profunda, não passando então de mera idéia de sabedoria.

 

Fonte: Budismo Significados Profundos, Venerável Mestre Hsing Yün, Escrituras Editora, São Paulo, 2011.